Queixumes
Delasnieve Daspet
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Pois é, queixo-me das asas cortadas
Pelos filhos....
Deveria ficar contente,
Afinal ao deixar o ninho,
O filho nos diz que está pronto
Para ir adiante;
Que cessa o nosso tempo,
Que começa o deles...
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Mas somos reféns de nossos afetos,
De nossos amores...
As ligações com nossos filhos
São intensas e permanentes.
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Quando eles vão embora
Nos sobram os questionamentos...
Estarão seguros,
Os orientei de forma correta?
Outro dia, ainda, nem comer
Sozinhos, comiam.
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Sei que não posso controlar esses vôos...
Que não poderei parar as turbulências...
O que poderei fazer,
A não ser a certeza de que estou aqui ?
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Ah! meu filho! Siga!
Tens que seguir.
Sou eu quem não está preparada,
Que está insegura,
Que está com medo....
Queria proteger-te um pouco mais.
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Pegar tuas mãos e voar contigo,
Ter certeza de que agi direito,
Se te levei a ser bom cidadão,
Se te acompanhei de maneira certa
Na escola, com os amigos, à vida....
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Será que eu li poesias para ti,
Sera que te ensinei a lutar pelos sonhos?
Será que te mostrei a vésper brilhante,
O equinócio do inverno e o reverberar
Do murmurio do vento?
Sera que falei que o mundo é muito além
Daqui e de de mim ?
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Siga pois. O universo é o teu espaço
É o teu tempo.
Tomara que te descubras,
E que se abrace,
E que se respeite,
E que não se deixe levar,
Que não se machuque tanto,
E que não te sobre cicatriz.
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Viestes através de mim, mas não de mim;
Estás comigo mas não és meu...
Seja feliz!
DD_Delasnieve Daspet - em transito(RS_MS) 30.06.13
ResponderExcluirBravíssimo!
Milton Pantaleão -miltonjpantaleao@gmail.com
"Não se preocupe com isso mãe. A senhora e o pai nos educaram da melhor forma que um pai pode educar um filho. Com muito amor, carinho, respeito e quando era necessário também tinha o corretivo. Te amo mãe! Bjos!"
ResponderExcluirmarcel_daspet@yahoo.com.br
ResponderExcluirÉ inevitável que os frutos caiam da árvore... Maduros servirão de alimento, e se servirem de alimento, certamente germinarão novos frutos, na essência da árvore que os gerou. Pássaros deixam o ninho e não olham para trás. Tartarugas sempre voltam ao local de nascimento para a continuidade de sua espécie. O homem se apega ao que é de Deus, não dele. Minhas considerações pela sua poesia, emotiva, saudável, reflexiva, de mãe.
Ervin Figueiredo - ervinrijo@gmail.com