sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

VARAL Nº 10 EDIÇÃO 530 ANO XI

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VARAL Nº 10 EDIÇÃO 530 ANO XI
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O importante é caminhar
Rumo ao destino;
Seguir em frente,
Não importa como,
Mas sempre.
O coração sonha,
A alma sente.
Maria Cristina Carrasco

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Pés da pobreza
Surpreende pela dureza
Sujos e mal cuidados
Negros como o chão que pisa sem assoalho
No improviso do calçado
Para deixar menos nua a riqueza dos pés do pobre operário
Kátia Oliveira

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A terra é dura, é quente, poeirenta.
O sol evapora a água, queima a pele,
cozinha as ideias. Que são uma só: não morrer agora.
Mas a garrafa PET do refrigerante que eu não bebi,
e que não me matou a sede; me calça os pés.
A terra é dura, é quente, é poeirenta.
A vida, mais ainda.
Alberto Saraiva

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Vejo tua miséria estampada,
na eloqüente imagem
Vejo , também, nossa incapacidade
de transformar o mundo
E, de tornar real ,os ensinamentos cristãos
Os ideais da justiça,  amor , igualdade,
Fraternidade e paz de todos os poetas.
Isabel Cristina Silva Vargas

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Pés que andam caminhos da injustiça
Em garrafas de quem já bebeu o bom
Arrastam a metáfora da desiguladade
A miséria miserável- vergonha coletiva
Cômodo apontar o dedo e fazer nada
O pecado de omissão é de todos nós
Vilma Cunha Duarte

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De quem são estes pés sujos,
tão negros, tão descontentes?
a quem pertencem estes cujos
que sofrem nas areias quentes,
desprotegidos como caramujos
sem concha, e padecentes
como naufragados marujos?
Beto Moura

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No retrato real de algumas vidas em abandono,
aparentemente sem quaisquer horizontes,
a realidade dolorida,da pobreza absoluta
Mostra-nos inconteste o ser sem solidariedade
que habita nos recantos e continentes da Terra
onde o desperdício graça forte, aos montes
e tudo aquilo capaz de salvar vidas o lixo consome!
©Sicouza

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Uma realidade
De grande desigualdade
Em toda humanidade...

Diante desta verdade
Com maturidade e honestidade
Trabalhar para a igualdade

Nossa responsabilidade!
               Vera Hellena

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Quero entender por quê
Morrem tantos inocentes
Em sistemas indecentes;
Mata-se toda a esperança
Que vige em uma criança
Que na vida ainda crê.
Mardilê Friedrich Fabre

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Intemperes da vida, vividos
Pés descalços em tiras
Criativo ser, alpercatas
Protetoras de passos fortes
Sombra humana
Às vezes alegres, às vezes sofridos
Homem! filho de Deus.
J.Hilton

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Conforme  imagem que posso ver,
Toda a pobreza posso compreender,
Nos pés vestidos com pedaços de pets...
Insano mundo que permite ao homem ser
De uma extrema  e infame pobreza,
Àqueles homens  que se julgan donos de todo o poder...
  Patricia Andrea

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Assim andam os homens nas terras de nossos ancestrais
E o que fazemos nós para salvá-los das mãos nefastas dos políticos?
Milhões a viver nas ruas da miséria irmanados à fome e à morte
Pobre de nós homens ditos evoluídos e progressistas
Que não nos deixamos comover com tal desgraça
E afinal por onde andam os direitos do homem e da criança?
Nada mais resta de esperança, só nos resta a espera da morte.
 Wilson de Jesus Costa
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De quem serão esses pés, sofridos?
Das mazelas do destino, feridos?
Os pés do sobrevivente calçam sandálias - improvisadas...
Do que tinha à mão: garrafas "pet" -  amassadas...
Seguras por tiras de pano, imitando "havaianas"...
Para andar ao léu da sorte... Em  terras africanas?
Assim, ele caminha , esperando da vida, o  revés!...
          Iraí Verdan
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São teus pés imundos, acomodados
Aos trapos que os prendem à prancha,
A reserva inigualável para o meu coração,
Ao invés de os versos que antes imaginara
Pudessem alentar corpos e mentes inteiros,
Para revelar o meu mínimo de poesia,
Mas já perdi o rumo e só quero silêncio!
                                          Daladier Carlos

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Nos caminhos na miséria,
um retrato:
O mundo anda miserável
ou os mal calçados são miseráveis?!
Não faltam caminheiros
para falar...
e não se sabe quantos pés temos.
 Rosangela_Aliberti

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o maltrapilho, pés descalços
revira o lixo apanha as migalhas.
Condenado a morte precoce,
sem crimes ter praticado.
Enquanto os senhores de pompas
e inverdades, cobertos d'ouro e vaidades
falseiam em favor da fome zero.
Andréa Motta

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Às vezes me apanho reclamando
Que me falta algo... Supérfluo!
Eu mesmo me repreendo, de pronto.
Se tenho tudo que quero; camarote de honra...
Vou de abadá, bandana e tamanco.
Envergonho-me, quando de lá vejo pés descalços
Que se fantasiam de calçados, só pra desfilar na escola.
Dirceu Rabelo
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Vivemos num mundo submisso
ao mundo dos valores da ostentação,
da inverdade vinda do omisso,
da esperança morrendo de anelação...

Vivemos num mundo demisso,
submetidos ao mundo da perfídia, da falsificação...
É um mundo sem sonhos [d'um amanhã remisso...]
Maria Barros
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P-Pobre, descalço, criativo e inteligente,
  O-Os pés resguarda da areia tão quente...
B-Bom seria se a mundial solidariedade,
R-Redefinisse a caminhada da igualdade!
    E-É triste a realidade de quem não tem pão!
  Z-Zela pela esperança do alimento e união,
  A-Amor, liberdade e fraternidade universal.
Sílvia Araújo Motta

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A imagem aviltante que nos entristece!!!
Mas à ganância,ao poder não enternece...
E a humanidade frente a escassez...
Sua chispa de luz nos fascina,
E mesmo em meio a toda precariedade,
Sua inteligência divina e sua sina,
É capaz de tamanha criatividade !!!
Neuza Marques Roedel

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Plástico: mil e uma utilidades
Olho pra imagem dos pés
E fico a imaginar
O que pensa
Como vive O que sonha
Quem caminha dias e noites
Sobre tão "caros" chinelos?!
Marinez Stringheta/Mara poeta

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Quando fabricamos os próprios sapatos,
Por mais pobres que sejam, protegem
Nossos pés, impedem que o frio penetre
Nosso corpo!
Enobrecem:
Deixamos de ser escravos descalços!
-Marília Bechara

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Nos rastros de meus passos
Deixo marcas por onde vou
Meus pés gastos e cansados
Encontram pedras, areia e dor
A criatividade não é vantagem
Antes, uma necessidade
Aqui onde vivo e estou.
Maria Ivone

3 comentários:

  1. Mandei o varal número 10 e não está aqui

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  2. Sonia,

    Se não está - foi pq não foi enviado ate ontem.
    Eu só pego os poemas no dia em que vou lança-los. Os copio e colo na página.
    Por isso tem email especial - noutros, os poemas são descartados -
    E não tinha poema teu, Sonia.

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