terça-feira, 28 de fevereiro de 2012


Un día...

Un día yo, seré parte de tu historia
la que acariciarás en la memoria
recordando mi querer...

Un día yo, seré tan sólo una recordación
y seré entonces la mayor verdad,
escondida en tu corazón...



Patricia Andrea

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

ELEIÇÃO DE NOVOS CONSELHEIROS DE CULTURA - PELA SOCIEDADE CIVIL

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ELEIÇÃO DE NOVOS CONSELHEIROS DE CULTURA - PELA SOCIEDADE CIVIL
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No dia 25 de fevereiro o FESC/MS - Fórum Estadual de Cultura de Mato Grosso do Sul realizou eleição para novos Conselheiros de Cultura de MS - na sala de reuniões do Conselho estadual de Cultura, em Assembléia Ordinária, o FESC/MS elegeu novos conselheiros para substituir Conselheiros com final de mandato de conformidade com o RI do FESC/MS .
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Foram eleitos - 
A  Conselheira de Cultura Delasnieve Miranda Daspet de Souza foi reconduzida como conselheira titular e terá como Suplente o escritor Nelson Vieira,  e  o Conselheiro Titular Venâncio Josiel dos Santos  substituirá o escritor  Rubenio Silvério Marcelo.
Os eleitos terão seu período de gestão até 10 de março de 2016 e representam a Sociedade Civil.
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O Conselho Estadual de Cultura tem por finalidade básica regulamentar, acompanhar e orientar a política cultural do Estado, aprovar o Plano Estadual de Cultura fiscalizando sua execução pelas áreas competentes, e deliberar sobre projetos culturais que deverão receber investimentos públicos através do FIC ( Fundo de Investimento Cultural ).  É composto  de 12 (doze) membros titulares e igual número de suplentes, nomeados pelo Governador do Estado para mandato de 04 (quatro) anos, sendo 6  representando o Governo e 6 representando a  Sociedade Civil e que são eleitos e indicados pelo  Fórum Estadual de Cultura (FESC/MS).
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Delasnieve Daspet  já dirigiu o FORUM ESTADUAL DE CULTURA DE MATO GROSSO DO SUL por quatro gestões e Venancio Josiel dos Santos por um periodo.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

VARAL Nº 11 EDIÇÃO 531 ANO XI -- Tema: " FANTASIA "



 VARAL Nº  11  EDIÇÃO 531 ANO XI --  Tema: " FANTASIA "
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.Agora é  Carnaval!
De enfeitar a fantasia, descansar o dia a dia
No samba, na marcha, no frevo
Sem cobranças...nem te devo...
Ou lutas de bem contra o mal.
É encanto é Carnaval, graças a Deus, Carnaval
Terra do céu cor de anil, do povo bom do Brasil!
Vilma Cunha Duarte.
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Deixe-me ser fantasia
ao profano que hoje me sacode...
Dispo-me de todo preceito
para ser obra de alegoria; sou ode!
Formas, imaginação, alegria...
Tudo posso no bel- prazer fantasia...
Sou eu, real ficção: “Lá vai Maria!
Maria Barros.
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fantasia  ...  acredito  na  escolha ...
relativa  a  nosso  oposto  papel
dando  chance  a  experimentar
" um  outro / outra "  personagem
e  alegria  alegria   a   tudo mais !!!  
ver  lavada  e  levada  às  cinzas
confetes   serpentinas  suores
e preservadas ... nossas  digitais
helena armond.
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Preciso de mim a fantasia
cortar na carne o gosto da ilusão
não mais sentir, pensar apenas
e resvalar no limo sem cair
talvez ousar  do vermelho de dentro
fazer o momento do fogo final
Gerci Oliveira Godoy.
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Hora de folia
Junto com a magia
Vestindo a fantasia
Muita alegria...

Momento especial
Sempre pessoal
Assim é o carnaval...
     
          Vera Hellena.
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Uma arte milenar
Feita para brincar
No carnaval quero fantasiar
Dentro dela, me esbaldar
Fantasia para me mostrar
Fantasia para não me aparentar
Dentro dela, me encorajar
J.Hilton.
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Fantasia de mim que cobre minhas tristezas,
Escondendo no brilho das lantejoulas
O brilho das lágrimas que pela face caem...
Fantasia de tantos sonhos deixados para trás
Que na máscara alegre que desenha um sorriso,
Esquecendo de tudo, esquecendo do mesmo olvido
Para então de alegria poder me fantasiar...
 Patricia Andrea .
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Chora o palhaço, chora a colombina
Pierrô e arlequim ficaram fora, não combinam
Vivem maquinando no carnaval em sem amor
Pulam e pulam sem jogar as mágoas fora
E de tempos em tempos a folia os devora
As fantasias vão para o canto jogadas
Ficando em todos a marca da solidão
 Wilson de Jesus Costa.
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A vaidade se pronuncia na avenida
a olhos nus, nos corpos em chamas
no meio de confetes e serpentinas
extensas fantasias perdidas na multidão...
num tapete de gente, sem cetim
sem seda sem ouro
nem com plumas e paetês, há percepção.
Rosangela_Aliberti .
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A fantasia
É o meu fantasma
O que deixei lá fora
Para esconder
O que aqui dentro
Não posso chorar
Não posso sofrer
 Daladier Carlos.
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Tu que trilhas o caminho
Da tua vida – cheia de Vaidades...
É Carnaval! Deixa cair da tua “Fantasia”,
A máscara da Falsidade...
Que mostra o quanto és... Vazia!...
Vives à cata de elogios,
Ao propagar a tua Primazia...
    Iraí Verdan.
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Não guarde a fantasia
Na quarta-feira de cinzas.
Perdeu o amor na avenida?
Na multidão, na esquina?
Renove a mala menina!
A passarela não finda
Renasce em todas as cinzas.
Sonia Nogueira.
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Fantasiei-me de palhaço para a vida enganar,
Vivendo de sorrisos falsos andei por aí
e embaralei os sonhos para não sofrer tantas decepções ao amar...
Neste Carnaval vou ser eu mesmo dw novo,
Fantasiado de somente poeta escarlate
Enganando-me com coisas simples,quinquilharias,meros biscates!
Sicouza.
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Esse ano não tive outra opção
senão fantasia-r-me de internet

"coração partido"

minhas lágrimas foram secas
pela transmissão do Terra

agora, frente a pequena telinha, visto minha fantasia
de alegria, amanhã fantasar-me-ei no baú da saudade.
Jania Souza.
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Fantasia de todo dia?
Fantasia sonhada?
Não importa a fantasia...
Enquanto nos alimenta a vida...
É o carvão da caldeira do viver.
Sem ela , nossa existência...
Perde a razão de SER !
    
Neuza Marques Roedel.
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Máscaras, risos, alegria,
Em esfuziante mistura, enfeitam
As mais diversas caracterizações.
Pierrôs, Colombinas, Arlequins
Brincam faceiros trocando seus pares
Enganando a solidão que os acompanha
Quando sem a fantasia se encontram.
 Isabel  C S Vargas.
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Bordei minha fantasia
Nas linhas do teu amor
Mas, meu momento de glória
Num instante
Transformou-se em dor
Pois amanheci nas teias
De um horrendo predador.
                    sergio velloso.
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Finda a folia sob céus ranzinzas;
do carnaval só resta lixo e cinzas
que a quarta-feira espalha ao vento agora...
Só então a plebe vê, em falaz catarse,
na farra que acabou, o vil disfarce
que a máscara da vida jogou fora!
Humberto Rodrigues Neto.
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Meu espírito pediu-me uma trégua
E eu não vacilei; nem pensei duas vezes
Rasguei em definitivo a minha última fantasia,
Através do livre arbítrio que o Criador me concedeu
Malgrado ainda estar perdido no bloco dos sujos
Devedor que sou por faltas num passado sombrio...
De cara limpa enfrento agora o carnaval da vida.
Dirceu Thomaz Rabelo.
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As fantasias mais inconcebíveis que engendrei,
Não são fáceis de descrever em poucas linhas,
São tudo aquilo que quero passar e já passei…

Fantasias sonhadoras, dececionantes simultaneamente,
Busco a sua solução em tudo o que me rodeia
Olho, volto a olhar, e apenas vejo as “fantasias” da minha mente.

Fantasio-me na ilusão de não sofrer pelos contratempos da vida.
Natália Vale.
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Uso diversas em verso ou prosa!
Visto-me com elas para disfarçar
Inclusive de mim, a real que mais temo:
Uma fera megera, minha amiga
Defensora nata, que age toda vez
De perigo iminente, mostrando os dentes
Afiados recentemente por conhecimentos
Naturais, de fêmea selvagem que me aprendi!
-Marília Bechara 


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Disfarçada de Amor


















Acordei camuflada de amor.
Das pessoas afastei a dor.

Frustrei em amantes o desentendimento,
Evitando muito sofrimento.

No mundo, propaguei serenidade,
Enchi corações de felicidade.

Pintei muitas vidas de dourado
Fiz de cada ser um apaixonado.

Parei e sobre meus feitos refleti.
Fiz pouco. Cansada desisti.

Qualquer dia, quem sabe, me disfarçarei
De novo de amor e este mundo mudarei.

Imagem: Google

Respeite os direitos autorais.

Mardilê Friedrich Fabre
Consulesa Poetas Del MundoSão Leopoldo – RS

Patricia Andrea

Patricia Andrea

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Finita la commedia poesia de Delasnieve Daspet

arte de Candy Saad
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Finita la commedia. Delasnieve Daspet
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Chegamos juntas...
Ao nascer te trazemos traçada
Nas palmas de nossas  mãos.
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E surges sem anuência,
Rostos e mãos cobertos,
Quando menos pensamos
Em ti.
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Deslizas com suavidade
Ou com violência,
Como um ato de amor,
Separando espirito da carne.
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Tanta vida me cerca,
A relva germina,
As árvores se abrem em novas copas,
Os narcisos inclinam-se lânguidos!
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Mas para mim o futuro
É um vazio de perspectivas
Na eternidade...
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Confabulo e percebo
Na presença da morte,
Que nada é mais doce que a vida,
Mas preciso que o tempo,
Mais eterno  que o amor,
O sussurrar da brisa,
Das vozes e dos pássaros,
No som da grama que cresce na relva...
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Finita la commedia.
Campo Grande - MS, 18 de abril de 2011.
 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Amor de Carnaval - poesia de Delasnieve Daspet

arte de Candy Saad
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Amor de Carnaval
Delasnieve Daspet
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Quem disse que o amor
não acontece no carnaval?
Em meio a folia há quem consiga
tropeçar na alma gêmea.
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Carnaval, tempo de farras,
de gostosos beijos na boca,
afagos, carinhos, que nascem e
morrem ao som dos tamborins.
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Mas o rei Momo também é bonzinho
e nem sempre termina na quarta feira.
O cupido nem sempre é anjinho,
por onde passa - pelos blocos, escolas,
bailes e avenidas - larga suas flechas!
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Alguns amores duram, outros não.
Mas a paixão de carnaval é tão intensa
que se torna inesquecível.
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Vale a pena investir na possibilidade
de experimentar diversos beijos,
de diferentes bocas?
Vale a pena liberar o tesão
à flor da pele?
Vale a pena correr atrás de sonhos
e quimeras que nem sempre acontecem?
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Danço e pulo nos salões
esperando que surjas no último confete
ou na serpentina que enfeitam os
carnavais. Sozinha, vou te procurando
nos pierrôs e alerquins,
nem nos palhaços te acho!
DD_Delasnieve Daspet - 03-03-03 13,00 hs
Campo Grande MS

Quando você acorde e perceba a tua realidade sem sonhos,
Já será tarde, já estarás só não mais serei eu teu consolo...

Patricia Andrea

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Felicidade


Procuramos tanto a felicidade
Ela está por perto e não a enxergamos.
Nos pequenos momentos não a notamos.
Consideramos que ela é raridade.

Mas ela permanece ao nosso lado
No sorriso de uma linda criança,
No vôo dos pássaros em andança,
No jardim florido e almiscarado...

Num dia de sol festivo e brilhante,
Num céu cheio de estrelas cintilantes,
Nas palavras de afeto sussurrantes,
No singelo afago de nosso infante...

Respeite os direitos autorais.

Mardilê Friedrich Fabre
Consulesa Poetas Del Mundo – São Leopoldo – RS

sábado, 18 de fevereiro de 2012

A Lírica de Delasnieve Daspet - Ensaio de Helenice Maria Reis Rocha


Literatura
 
Estado Mato Grosso do Sul -  C7
Sábado, 18 de fevereiro de 2012
Jornal O
http://www.oestadoms.com.br/flip/18-02-2012/p23b.pdf
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Autora Helenice Maria Reis Rocha é graduada em Letras pela UFMG
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A Lírica de Delasnieve Daspet  - Ensaio
        de Helenice Maria Reis Rocha*
Pensando na possibilidade de configurar um conceito de lírica pós moderna ao sabor das mídias contemporâneas, detenho-me na poesia de Delasnieve, líder brasileira de Poetas del Mundo, poesia em trânsito na modernidade global num momento de desconstrução das lógicas discursivas hegemônicas e de babelização das estabilidades conceituais dos discursos canônicos.

Se existe algo, em termos conceituais, que nos garante a possibilidade de definir algo como fenômeno de linguagem inscrito na compreensão de uma dicção lírica,o que seria esta dicção no bojo dos falares contemporâneos,da linguagem de massas , da secreta fabulação dos teóricos da academia é o que me cabe perguntar neste trabalho. Remeto-me a um verso de Safo,a grande voz feminina da lírica grega,sobre solidão e lua e aporto no seguinte verso...¨somente a Lua, indiferente, continuou iluminando a cidade escura pela tua ausência(Daspet,20,2003).

Safo, num momento de profunda solidão expressa a sua condição humana de criatura sem defesa diante do abandono (as ninfas se foram,o dia também) eterno abandono de toda criatura diante da realidade única: sou o único ser com o qual realmente estou neste momento a ausência. Delasnieviana se aproxima
da ausência do poema imortal de Safo, aquela que nos remete a nós mesmos.
 
A poética do desencanto que nos descentra da palavra de aprovação, seja da academia ou mesmo daquele discurso hegemônico que legitima, ou quem sabe, da benção do pai, fundamento, saber por excelência, ratificado pelo aristotélico verbo de identidade, e estabeleço a crise, o não lugar,a possibilidade da utopia ou da ausência total dela.
 
O Não LugarDicção migrante entre os saberes do mundo e a palavra. A dicção aparentemente simples, quase midiática (música sertaneja,hip hop) entremostra a inquietante decisão da palavra que afirmativa que diz do que sabe e a instigante fragilidade do non sense. Deixar de existir é impossível para o cantor sertanejo, uma vez que este não lugar exila o sujeito da identificação afetiva. Se o corte epistemológico que cinde os saberes do mundo com a emoção do poeta realiza esta desidentificação com o status hegemônico, tanto a hegemonia do discurso oficial, quanto a hegemonia do discurso da margem, na sua pluralidade, estamos diante da singularidade da linguagem poética, terra estranha, mundo insólito de selvagens, redutíveis apenas à beleza, por ela mesma, e à estranha humanidade da razura,da perda, de todos os perdidos no mundo e enclausurados na única realidade mesma do homem, o intangível da comunicabilidade através da palavra.
Novamente
Lua e Desencanto
Encostada na janela senti a serenidade da noite
A Lua começava a surgir num suave prelúdio da
bela luz refletida na areia(Daspet,23,2003)

Retomando a sábia ironia de Ruth Silviano Brandão sobre uma certa idéia de logus, teia iluminadora da razão, invenção de homens, reivindico aqui o direito à sombra, à ambiguidade do inconsciente , à uma certa clandestinidade que esta poesia evoca. A lua refletida na areia é uma entreluz , não uma luz total ou a completa ausência delaArs Poética.

Em Um Ser Partido,vejamos:

O que pulsa em mim
Vê-se no espelho partido
Irrevogavelmente viva
Povoada de ausências...
O sangue segue seu caminho
E, torna-me uma mera sátira!
Uma sátira de involuntários movimentos(Daspet,90,2000)

Flor de Logus estilhaçando os recursos da linguagem pré socrática. O espelho partido , a recusa da identificação que legitima a autoridade, a presença, e que, no feminino, estabelece o caldo de rebeldia que reconduz dolorosamente à vidaDesidentificada e sóSem o shtablisment. Então, algo da ordem do indizível se instaura porque, aquele que deixa de existir, desiste de qualquer legitimação, o que é impossível para qualquer arte inscrita no escopo da ideologia, dos discursos hegemônicos...

Poeta trilhando o heróico caminho da lírica feminina pós moderna que estilhaça as dores clássicas da romântica Cecília Meireles e suas jovenzinhas torturadas, ou a contemplativa Henriqueta e seu sublime elogio da morte. Se todas as Mariazinhas foram educadas para a arte do encontro, Psafo, a três mila anos atrás já tinha desistido dele, assumindo a sua solidão diante da Lua, que nesta lírica não é a dos namorados. O desencanto desta dicção deságua no inusitado de
 
São Difíceis as Coisas que quero dizer
Esperou tanto um novo encontro
que a esperança se esvaiu
como um copo d'água
esquecido(Daspet,77,2001)

Só uma dicção lírica como esta daria lugar à arte do desencontro. Uma água que não sacia, parte de um esquecimento que não ousa ser esquecido. Saindo da lógica estabelecida do encontro feliz, do casamento com a eternidade,  proponho aqui a seguinte reflexão Otávio Paz,em Os Filhos do Barro - nos diz da tradição da ruptura, ou seja:o esforço de romper com os parâmetros tradicionais da linguagem, nos joga na armadilha de transformar em tradição, a pretensão à subversão. Sem recorrência à nenhum dos recursos formais da recolocação matérica dos recursos da linguagem poética, propostos pelo formalismo e estruturalismo russo estaria aqui a arte poética fundamentalmente no modo de dizer. Advogo aqui a força do que se diz para além das possibilidades do dizível

Em Transpondo Barreiras,Delasnieve diz:

Vou trabalhar meus medos
o temor do desconhecido
De não mais existir
Do primitivo homo sapiens
ao que cheguei ser
Vou transpor minhas fronteiras(Daspet,88,2002)

O salto mortal da experiência primeva de existir à possibilidade da não existência, elide o sujeito, assunção que razura o estar no mundo em relação aos saberes, aos falares, aos discursos, tanto oficiais quanto não oficiais. Se não existo, caminho rumo a pátria incerta, socrática, daquilo que não sei. Triunfo sobre logus, afirmativo por excelência, mesmo quando nega. Crise, fenda, cisura que exila o sujeito da autoridade que vem de fora (do pai,dos discursos hegemônicos,das narcísicas tradições culturais de autoridade ou da dialética pretensão à ela).
Rebeldia e simplicidade. Excêntrica simplicidade recusando os latifúndios culturais das modernas teorias da linguagem. Linguagem de massas circunstanciando a dicção de uma lírica de três mil anos.

A vida é um caminho
Reclamo a minha estrada
O reencontro comigo!(Daspet,20,2002)....

Retomando João Ribeiro em Páginas de Estética, números 45 e 63 numa reflexão de A.M.Teixeira....o aspecto essencial da beleza é não ser intelectualmente
compreendida e não conter um só elemento de inteligência ou razão. Pode ser explicada: podem-se perscrutar as leis secretas que a regem como todas as coisas; mas sentí-la não é matéria da ciência(...)A obra de arte precisa 'conviver' e 'con-criar' conosco. Para que haja mistério na obra literária ou plástica é mister que haja incompreensão, mas sem obscuridade; que a alma que as escute ou as sinta se embeveça e continue a cismar o sonho do poeta.....Cada um se perfaz e completa a sua impressão própria e pessoal. A verdadeira obra de arte é mais um estímulo....do que idéia.

Esta Lua que se recusa, tanto à obscuridade quanto à Luz plena se me afigura o lugar provocador da linguagem poética que se recusa à estabelecer-se, levando a produção de sentidos a migrar, junto com aquele que lê, tanto à possibilidade de criação quanto à de recriação.
 
Inscreve-se assim nesta poesia, a possibilidade permanente da rediscussão da  estabilidade que nos impressiona nas teorias contemporâneas da linguagem poética. Não se trata aqui do experimentalismo formalista ou estruturalista nem tão pouco das modernas posturas das poetisas contemporâneas diante da nossa eterna condição humana.  Simplesmente a serena postura de alguém diante da Lua, se desligando do mundo com todas as suas linguagens, sedução e formas de autoridade.
 
Rebeldia total. Esta recusa ao mundo através da contemplação da lua. Me parece o corte epistemológico que nega dialeticamente a identificação narcísica com a autoridade como poder. E consequentemente as formas de identificação que legitimam a tirania do discurso oficial,de qualquer poder hegemônico. Bhabha nos diz:
Não passará a linguagem da teoria de mais um estratagema da elite ocidental culturalmente privilegiada para produzir um discurso do Outro que reforça a sua própria equação de conhecimento e poder....(Bhabha,1998:45)

Pensando na poesia de Delasnieve como quem frui um fenômeno de dicção que é parte da diáspora pós colonial (antes do 11 de setembro) é interessante
associar visões de lírica de três mil anos atrás com a contemporaneidade.

A simplicidade desta linguagem me remete à comunicabilidade midiática, à lírica de todos os tempos, ao que parece banal e é complexo.  Se pensarmos que, em termos de lírica trovadoresca,  passando por Camões(Lírica),  que usa o modus operandi da redondilha, essencialmente popular,  talvez tenhamos uma pista para compreender esta junção entre comunicabilidade imediata e complexidade,  uma vez que a também aparente simplicidade de Safo atravessou três mil anos. 
 
Se Benjamim (Magia e Técnica,Arte e Política) nos diz que a lírica,  bem como toda a poesia,  nos diz que a arte não é reprodutível em série,  penso ser perfeitamente possível dizer que o formato,  a forma linguageira,  pode ser reprodutível,  os sentidos produzidos certamente não.
 
Vivemos dentro de uma estrutura de linguagem aristotélica, conceitual, estruturada sobre o verbo ser que funciona como um princípio de autoridade que legitima ou não alguém . Os marxistas questionam isto o tempo todo.  A dialética também e a poesia de Delasnieve  me lembra muito Safo no momento (e este verso de três linhas atravessou  três mil anos). Ela se  posiciona diante da sua Lua como se desconhecese o barulho do mundo.  Apesar de ser uma autoridade legal não parece buscar nenhuma forma de legitimação por um princípio de autoridade, seja teórica, seja epistemológica (teorias contemporâneas sobre o fazer poético)Isto é muito revolucionário e fui precebendo que é uma poesia belíssimas.
Lembro  que a  liberdade é a única forma de servir à humanidade como artista.
 
Em termos de Delasnieve, quanto de todos os líricos,  advogo a possibilidade de estarmos diante do que Adorno,  Herbert Head chamam de objeto único.
Irredutível senão aos seus próprios termos .
Misterioso e belo na sua intraduzível simplicidade.
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Helenice Maria Reis Rocha  -Perfil
Possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (1997) e mestrado em LETRAS: ESTUDOS LITERÁRIOS pela Faculdade de Letras (2000); Título: Sinais de Oralidade:A Transfiguração da Voz em Cobra Norato, Ano de Obtenção: 2000.;atuando principalmente no seguinte tema: Amazônia, Vida.Especialista em Música, área de Concentração: Educação Musical.Crítica.
De Belo Horizonte -MG - Brasil
helenice@task.com.br .
O presente ensaio será apresentado pela autora junto a ABRALIC - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LITERATURA COMPARADA. Produção em C,T & A Textos em jornais de notícias/revistas 1. ROCHA, H. M. R. . As Marcas da Alteridade em Cobra Norato. Revista da Pós-Graduação em Letras da UFPA, Belém, p. 95 - 102, 10 jun. 2006. Trabalhos completos publicados em anais de congressos 1. ROCHA, H. M. R. . As Veredas da Palavra: uma tautologia do sertão. In: Encontro Regional da ABRALIC, 2005, Rio de Janeiro. As Veredas da Palavra: uma tautologia do sertão, 2005. 2. ROCHA, H. M. R. . Os Arquétipos Femininos na Poesia de Ana Miranda. In: XI Seminário Nacional Mulher e Literatura II Seminário Internacional Mulher e Literatura ANPOLL, 2005, Rio de Janeiro. Os Arquétipos Femininos na Poesia de Ana Miranda, 2005. 3. ROCHA, H. M. R. . Comunicação Riobaldo Tatarana entre o Ser e o Nada. In: III Seminário Internacional Guimarães Rosa, 2004, Belo Horizonte. Comunicação Riobaldo Tatarana entre o Ser e o Nada, 2004. Apresentações de Trabalho 1. ROCHA, H. M. R. . 8º Salão Minastenista de Pintura. 2004. (Apresentação de Trabalho/Comunicação). 2. ROCHA, H. M. R. . 1ª Exposição Minas Tênis. 1991. (Apresentação de Trabalho/Comunicação). Produção artística/cultural 1. ROCHA, H. M. R. . Sinfonia dos Elementais. 2004. (Apresentação de obra artística/Musical). 2 ROCHA, H. M. R. . Cameratinha Dissonante para Cordas. 2005 (Musical).

Award de 7 anos do grupo AAA para Delasnieve Daspet

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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

VARAL Nº 10 EDIÇÃO 530 ANO XI

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VARAL Nº 10 EDIÇÃO 530 ANO XI
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O importante é caminhar
Rumo ao destino;
Seguir em frente,
Não importa como,
Mas sempre.
O coração sonha,
A alma sente.
Maria Cristina Carrasco

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Pés da pobreza
Surpreende pela dureza
Sujos e mal cuidados
Negros como o chão que pisa sem assoalho
No improviso do calçado
Para deixar menos nua a riqueza dos pés do pobre operário
Kátia Oliveira

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A terra é dura, é quente, poeirenta.
O sol evapora a água, queima a pele,
cozinha as ideias. Que são uma só: não morrer agora.
Mas a garrafa PET do refrigerante que eu não bebi,
e que não me matou a sede; me calça os pés.
A terra é dura, é quente, é poeirenta.
A vida, mais ainda.
Alberto Saraiva

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Vejo tua miséria estampada,
na eloqüente imagem
Vejo , também, nossa incapacidade
de transformar o mundo
E, de tornar real ,os ensinamentos cristãos
Os ideais da justiça,  amor , igualdade,
Fraternidade e paz de todos os poetas.
Isabel Cristina Silva Vargas

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Pés que andam caminhos da injustiça
Em garrafas de quem já bebeu o bom
Arrastam a metáfora da desiguladade
A miséria miserável- vergonha coletiva
Cômodo apontar o dedo e fazer nada
O pecado de omissão é de todos nós
Vilma Cunha Duarte

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De quem são estes pés sujos,
tão negros, tão descontentes?
a quem pertencem estes cujos
que sofrem nas areias quentes,
desprotegidos como caramujos
sem concha, e padecentes
como naufragados marujos?
Beto Moura

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No retrato real de algumas vidas em abandono,
aparentemente sem quaisquer horizontes,
a realidade dolorida,da pobreza absoluta
Mostra-nos inconteste o ser sem solidariedade
que habita nos recantos e continentes da Terra
onde o desperdício graça forte, aos montes
e tudo aquilo capaz de salvar vidas o lixo consome!
©Sicouza

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Uma realidade
De grande desigualdade
Em toda humanidade...

Diante desta verdade
Com maturidade e honestidade
Trabalhar para a igualdade

Nossa responsabilidade!
               Vera Hellena

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Quero entender por quê
Morrem tantos inocentes
Em sistemas indecentes;
Mata-se toda a esperança
Que vige em uma criança
Que na vida ainda crê.
Mardilê Friedrich Fabre

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Intemperes da vida, vividos
Pés descalços em tiras
Criativo ser, alpercatas
Protetoras de passos fortes
Sombra humana
Às vezes alegres, às vezes sofridos
Homem! filho de Deus.
J.Hilton

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Conforme  imagem que posso ver,
Toda a pobreza posso compreender,
Nos pés vestidos com pedaços de pets...
Insano mundo que permite ao homem ser
De uma extrema  e infame pobreza,
Àqueles homens  que se julgan donos de todo o poder...
  Patricia Andrea

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Assim andam os homens nas terras de nossos ancestrais
E o que fazemos nós para salvá-los das mãos nefastas dos políticos?
Milhões a viver nas ruas da miséria irmanados à fome e à morte
Pobre de nós homens ditos evoluídos e progressistas
Que não nos deixamos comover com tal desgraça
E afinal por onde andam os direitos do homem e da criança?
Nada mais resta de esperança, só nos resta a espera da morte.
 Wilson de Jesus Costa
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De quem serão esses pés, sofridos?
Das mazelas do destino, feridos?
Os pés do sobrevivente calçam sandálias - improvisadas...
Do que tinha à mão: garrafas "pet" -  amassadas...
Seguras por tiras de pano, imitando "havaianas"...
Para andar ao léu da sorte... Em  terras africanas?
Assim, ele caminha , esperando da vida, o  revés!...
          Iraí Verdan
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São teus pés imundos, acomodados
Aos trapos que os prendem à prancha,
A reserva inigualável para o meu coração,
Ao invés de os versos que antes imaginara
Pudessem alentar corpos e mentes inteiros,
Para revelar o meu mínimo de poesia,
Mas já perdi o rumo e só quero silêncio!
                                          Daladier Carlos

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Nos caminhos na miséria,
um retrato:
O mundo anda miserável
ou os mal calçados são miseráveis?!
Não faltam caminheiros
para falar...
e não se sabe quantos pés temos.
 Rosangela_Aliberti

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o maltrapilho, pés descalços
revira o lixo apanha as migalhas.
Condenado a morte precoce,
sem crimes ter praticado.
Enquanto os senhores de pompas
e inverdades, cobertos d'ouro e vaidades
falseiam em favor da fome zero.
Andréa Motta

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Às vezes me apanho reclamando
Que me falta algo... Supérfluo!
Eu mesmo me repreendo, de pronto.
Se tenho tudo que quero; camarote de honra...
Vou de abadá, bandana e tamanco.
Envergonho-me, quando de lá vejo pés descalços
Que se fantasiam de calçados, só pra desfilar na escola.
Dirceu Rabelo
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Vivemos num mundo submisso
ao mundo dos valores da ostentação,
da inverdade vinda do omisso,
da esperança morrendo de anelação...

Vivemos num mundo demisso,
submetidos ao mundo da perfídia, da falsificação...
É um mundo sem sonhos [d'um amanhã remisso...]
Maria Barros
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P-Pobre, descalço, criativo e inteligente,
  O-Os pés resguarda da areia tão quente...
B-Bom seria se a mundial solidariedade,
R-Redefinisse a caminhada da igualdade!
    E-É triste a realidade de quem não tem pão!
  Z-Zela pela esperança do alimento e união,
  A-Amor, liberdade e fraternidade universal.
Sílvia Araújo Motta

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A imagem aviltante que nos entristece!!!
Mas à ganância,ao poder não enternece...
E a humanidade frente a escassez...
Sua chispa de luz nos fascina,
E mesmo em meio a toda precariedade,
Sua inteligência divina e sua sina,
É capaz de tamanha criatividade !!!
Neuza Marques Roedel

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Plástico: mil e uma utilidades
Olho pra imagem dos pés
E fico a imaginar
O que pensa
Como vive O que sonha
Quem caminha dias e noites
Sobre tão "caros" chinelos?!
Marinez Stringheta/Mara poeta

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Quando fabricamos os próprios sapatos,
Por mais pobres que sejam, protegem
Nossos pés, impedem que o frio penetre
Nosso corpo!
Enobrecem:
Deixamos de ser escravos descalços!
-Marília Bechara

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Nos rastros de meus passos
Deixo marcas por onde vou
Meus pés gastos e cansados
Encontram pedras, areia e dor
A criatividade não é vantagem
Antes, uma necessidade
Aqui onde vivo e estou.
Maria Ivone

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Não te Envergonhes de Dizer... - poesia de Delasnieve Daspet

arte de AILA TAVERNARD
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Não te Envergonhes de Dizer...
Delasnieve Daspet
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Eis-nos - face descoberta,
pés descalços,
alma aberta.
. Fomos convocados a viver o amor,
um amor verdadeiro.
Fomos chamados à felicidade de doar,
pois quanto mais se ama,
Mais  feliz se vive.
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Quem ama tem o brilho no olhar e a
luz na fronte.
Vamos tornar reais os sonhos
dos que ainda se atrevem a sonhar,
construindo um mundo novo.
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Vamos viver intensamente o ontem,
o hoje e o amanhã sem medo de sombras.
Vamos viver este momento, verdadeiro,
e sem medo, sem receios, sem vergonha,
num crescimento total, começo por dizer:
Eu te amo!
DD_Delasnieve Daspet - 28-12-02 15,00
Campo Grande MS


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Em você pude descansar meus cansaços, pude a você chegar de pés bem descalços, em teu calor aquecer meus frios, em tua sobriedade amiga completar todos os meus espaços...

Patricia Andrea

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012


Al verte tan seguro apartándome de tu vida me pregunté en silencio si algo de lo que di te quedaría...


Patricia Andrea

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Há um silêncio hoje... poesia de Delasnieve Daspet

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Há um silêncio hoje.
Delasnieve Daspet
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Silêncio agora.
Consciência é palavra feia
Para quem nega a liberdade...
Observo as flores,
Elas continuam crescendo.
 
Chegamos na encruzilhada.
Não podemos voltar,
Nem parar.
 
Devemos continuar;
Ir...
Fechar os olhos,
Crispar os punhos.
 
O que tinha de aproximar
Apenas separou;
O amor que existia ,
Mesmo na vida,
É frio como a morte!
 
Há um silêncio hoje.
O adeus continua...
A noite pensa e dorme.
DD_Delasnieve Daspet - 18-10-02 Campo Grande MS

 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Voce é fogo eu sou paixão_Sidnei Piedade


Quero abraçar seu corpo inteiro e banhar na fonte da sua pureza, saciando minha sede neste desejo que me alucina. Seu jeito de ser me cativou, pois és meu desejo e grande amor. O coração apaixonado é como o orvalho caindo para molhar uma flor...pois toda mulher nasce pra morrer de amor. Tu és arca bendita no mar da vida florescendo onde os anelos querem subir...dando mais ânimo e glória de viver. Quero estar em seus braços e dizer, que não são só palavras...pois também sei amar voce. Venha logo, essa espera me incomoda...sinto teu calor e seu amor brotando em mim. Somos tão ligados um ao outro neste círculo sem fim , pois o que o amor juntou ninguém vai separar. Voce é fogo eu sou paixão...és meu ponto de partida , a razão da minha vida e a flor mais linda que existe no jardim do meu coração.

Dona do meu coração_Sidnei Piedade


Sem teu amor me sinto fraco, com seu amor me sinto forte e preparado...pois é um campo minado se explodir uma vez coração sai machucado. Seu amor pulsa em mim , sou meu eu em ti , não dá mais prá esconder...foi Deus quem me enviou voce. Seu amor é como o ar que respiro, o suor que transpiro , a emoção viajando nas asas da paixão sorrindo e sentindo a vida. Meu coração apaixonado não quer mais saber de esperar...pois queria dormir meus sonhos e em teus braços acordar. Quero viver esse amor renascendo a chama desse fogo que o vento soprou, nós dois apaixonados como num filme de amor. Guardo todo meu amor no coração...pois as horas que o tempo tem me dado são suas até morrer , sendo personagem do livro da vida e seu amor.

VARAL Nº 09 EDIÇÃO 529 ANO XI - Tema: "ESTAR SÓ!"


 
VARAL Nº 09 EDIÇÃO 529 ANO XI
Tema: "ESTAR SÓ!"
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Sim... é dolorido estar só
Mas a vida é como um pó
Que se esvai como poeira
Onde tudo  torna-se solidão
Não deixar que o viver seja em vão
Mas lutar para que ela seja importante
E o estar só... seja só por um instante

 Regina Mercia
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difícil ... quase impossivel
o com / viver social ...
tentativas ... ?  feitas pó
mas ... sem sofrimento
reservo-me  o direito
ao aprendizado ... ser só

helena armond.
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Estou só fisicamente.
Em minha alma bailam
Momentos, palavras, gestos,
Doces recordações do passado
Que preenchem meu viver
Hoje, sem tua presença física,
Mas de abundantes lembranças.

Isabel C S Vargas.
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Dia nublado...
Pouca luz, flores, amores.
Um infinito sem por quê,
Reage a um som calado e abafado.
Lágrimas sufocando medos...
E só, como um barco à deriva
Batizo meu real momento de solidão.
 
Isabel Benedito dos Santos.
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Nuvem negra me detém na solidão;
Não sabe o quanto dói...
Mesmo assim, me retém com esta dor no coração.
Mas também pudera,
Nem pensei em rejeitar de tal forma a depressão.
Preferi estar só,
Que dar espaço na vida a beleza da paixão.

Cesar Moura.
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A maior verdade da vida!

"Nasci só
Viverei só
Morrerei só"

Assim falou uma menininha de 5 anos...

Realmente aconteceu!
Foi o que minha filha falou a 37 anos atrás!...
                              
Vera Hellena

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Pensamentos vagueiam soltos,
dispersos, ao léu...
Saudades vem me revisitar
trazendo antigas lembranças
que não quero avivar...
Nem eu própria me agüento mais!
O fato de estar só, pesa uma montanha

Nídia Vargas Potsch
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Olhando a lua, esperando chegar
A água que bate, fazendo um som para dançar
Quero citar, falar, olhando para o infinito
Triste solidão! Resposta pelo instinto
Escuro, meu ego chama seu nome
Penso abraçar-te, não quero que me engane
Quero estar só, para te abraçar!

J.Hilton
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Estar só quando todos estão ao teu redor
Sentir-se só ao compreender  que eu e você
Nunca será um nós...
Estar só é quando em silêncio choramos
E sem um abraço que nos abrace,
Solitariamente nos consolamos... 

 Patricia Andrea
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  Por estar só,
  não me culpo
 nem arrasto chinelas,
 também não durmo faminto
 e não deito sem tomar banho,
 porque sou apenas um verso
 o poema que descreve a nós todos.        

 Daladier Carlos
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Não acredito nos seus amores
nem na franqueza nem na fraqueza
de suas penas
Não acredito nos seus amores
você sempre esteve muito bem só
amando suas próprias letras

Rosangela Alberti
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Aqui em meu silêncio meditoPor que eu estou tão só?
No ontem não me importava o hoje
No hoje não me importava o amanhã
Agora? Não sei o que faço
Minha existência é vazia
Perdi tudo na vida, e hoje perdi Maria.
 Wilson de Jesus Costa

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Quando a noite chega
Vejo o céu todo iluminado e o brilho das estrelas faz lembrar a tua presença,
Mas estavas ausente e não respondeste aos meus apelos.
Só restou a saudade de sentir a doçura dos teus beijos e a carícia do teu olhar.
Hoje ficam na lembrança os sonhos e as emoções que vivi.
Por estar só sofro a ausência dos inesquecíveis momentos deste amor,
Que em outra vida tenho a esperança de encontrar. 

Mercedes Silva
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Tormento

Desespero e aflição
maltratam meu coração.
Atingem-me, num lamento,
dor e sofrimento...

A solidão invade meu ser...
Por que demora o alvorecer?
Coração, reage! Quero viver...

Mardilê  Friedrich Fabre
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Estar só é estar desprovido até dos próprios sentimentos...!
É estar no fatídico tédio de se ver a vida passando, aos sonoros
Sabores dos Amores e Sonhos e Desejos, Esperanças, enquanto
Vamos nos desiludindo, sofrendo de profundos desamores, dores,
Desafetos, dentro de uma melancolia sem fim... Aonde os antigos
E os nossos novos valores rolam ao descaso dos nossos dissabores
Feito ondas poluídas pelos rancores, ressentimentos, e desamores!

Odenir Ferro
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Preciso estar só,
escutar o meu silencio,
entender meu universo,
semear minhas descobertas,
abrir minhas comportas,
deixar jorrar poesias da alma!

Maria Thereza Neves
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A vida encontra encantamentos mil
Estar só sentindo a beleza  da sua companhia
não tem preço nem lugar nem horário
tem o milagre  de reverenciar  o itinerário percorrido
tem a surpresa de sonhar com o amanhecer
A arte de viver tem a riqueza de estar só sem ironia
O ponto de Deus orienta o coração a  viver com sabedoria...
   Izabel Eri Camargo

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Estou só! Fiz-me em coração povoado de ti
e assim, fui seguindo a vida em festa... [no tempo distraí!]
Nem pensei que em todo extremo em regozijo, vem à fadiga!
Que no mundo de nós dois não éramos tão libertos!
Que não podíamos fazer desse mundo a nossa cantiga!
Não existem sonhos eternos que no tempo prossiga.
... Estou só! Os caminhos sem ti, ainda são desertos!

Maria Barros
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Estar só, vivendo de lembranças,
sonhando com teus beijos,
agarrada na esperança
de um dia viver ao teu lado
sem pressa, sem medo
na felicidade de uma aliança!

Angela Lara
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...porque ficamos  "sós"

as vezes a alma reclama a solidão
mas as emoções fogem do coração


a companhia de você nos meus dias
se faz arredia , suprimindo-se de seus beijos
seus abraços e carinhos, de sua paixão
me presenteando com a solidão...

₢Arlete Maria
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Sem você,
O amanhã
Será mais um dia
No calendário:
Vazio,
Ínsipido
E sem esperanças...

Maria Cristina Carrasco
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Partes e deixas-me pelo caminho
que ora me cumpre palmilhar sozinho,
sem leve queixa na mudez da voz!
Da solidão, na tortuosa estrada,
eu seguirei de alma espezinhada
essa tristonha procissão do nada
dos que ficaram para sempre sós!

Humberto Rodrigues Neto
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Coração aberto ao mundo
Sinto o gosto do absinto e da lavanda
Respiro lento e conformado na esteira da academia
A irrealidade faz as contas e debita no crédito
Somos uma dualidade encarando o abismo
Tudo queremos , pois o que temos não basta
Todos os homens sonham com Mariana

Carlos Assis
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Minh'alma exige de mim, momentos intensos de solidão...
Tenho que  afastar-me quase que de mim mesma, para
Alcançá-la, reabastecer-me, espantar o cansaço enorme
Que me toma se não o fizer, para só então voltar à tona...
Tonificada pelos silêncio luz divinos, recobro capacidade
De continuar passo a passo minha estrada que saber é
PODER ESTAR SÓ!-

Marília Bechara-